segunda-feira, 28 de junho de 2010

O limites do cinismo


Foto: Claudio Fuentes Madan

Uma das características do ser racional é reconhecer seus próprios limites e aqueles outros - que por razões lógicas - devem ser acatados para que a convivência funcione o mais harmônicamente possivel. Contudo, alguns setores da minha sociedade ultrapassam diariamente as fronteiras do cinismo humano, e a vanguarda deste movimento se localiza, sem dúvidas, no jornalismo oficial e seu insígne Noticário Nacional de Televisão.

Uma das últimas mudanças levadas a cabo por nosso presidente designado foi uma modificação na lei de aposentadoria: da noite para o dia - sem gritos, sem algazarra, sem protestos e sem ardentes sindicatos exigindo explicações - os cubanos fomos advertidos que nosso direito a aposentadoria passaria dos 60 anos à 65 para os homens e de 55 à 60 para as muheres. Assim, sem mais, a "massa operária" do paraíso socialista engoliu com amargura a pílula do abuso estatal e assumiu seus cinco anos extras de vida ativa laboral.

Porém para alguns nunca é suficiente a humilhação, ontem no NTV passaram uma pequena reportagem sobre as "dezenas de milhares de manifestantes" franceses que saíram às ruas para protestar contra a intenção do governo desse país de aplicar uma lei parecida a que, faz só uns meses, nos foi imposta.

A voz doce da repórter amenizava os cartazes de uma rua parisiense tomada pela greve: "os trabalhadores franceses protestam contra a pretensão do governo de aumentar a idade de aposentadoria em dois anos".

Onde ficam os longínquos horizontes do cinismo oficial? Será um ato de sadismo Estado vs Povo ou simplemente a indolência de um poder que esquece de adoçar a pílula aos seus submetidos? O Comitê Central do Partido quer demonstrar sua impunidade ante os trabalhadores? Poderia se considerar uma ironia dos rapazes do DOR (Departamento de Orientação Revolucionária) que tampouco querem se aposentar cinco anos mais tarde do planejado e nos deixam passar informações entre linhas para esquentar os ânimos?

Desconheço qual pode ser a hipótese correta, porém qualquer que seja esta não denota mais do que um sarcasmo cruel para conosco: desde há cinquenta anos não protestamos por nossos direitos de trabalho.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

No hospital

Marta está cansada dos hospitais. Tem - como a maioria dos seus conterrâneos - má sorte com a saúde pública. Um dos pilares da revolução nascente, não deixa de parecer um edifício carcomido numa estatística milagrosa, um pilar da destruição.


Faz algumas semanas esteve cuidando de um familiar em Calixo García. Entre outras vicissitudes, os soros que seu paciente necessitava foram comprados no mercado negro, a maioria dos medicamentos "decididos" e o tratamento supervisionado pelos próprios familiares. A força de averiguar aprenderam a lembrar a enfermeira da hora exata dos tratamentos, do nome de cada pastilha e o tratamento - levado a cabo por eles mesmos - para evitar escaras.

Como raramente havia água, trouxeram baldes; como não havia como esquentá-la para o banho, compraram um aquecedor; como o quarto era muito quente, pediram um ventilador emprestado. Levaram tudo: o sabonete, os lençóis, a comida, a poltrona do acompanhante, o creme, o álcool, as vitaminas e o algodão.

O único problema que ficou sem solução foi o assunto do entupimento do banheiro; ainda que o vaso sanitário tivesse sempre uma água verde-avermelhada pestilenta e que a torneira da pia tenha se arruinado irremediavelmente, poderiam ser considerados problemas menores tendo em conta a camada de imundície de todo o local, a destruição das janelas e os fios soltos do teto falso.

Marta me conta que terminou sua estadia esgotada: a única coisa que pede ao céu é morrer de infarto em sua própria casa, sem ter que desfrutar das comodidades da saúde pública cubana.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dia dos pais



A primeira vez em que escutei falar das Damas de Branco foi num Dia dos Pais. El Ciro e Claudio Blanco faziam um documentário sobre a oposição cubana, como contrapartida a tres dias de telenovela de ficção a propósito da dissidência que estavam passando na Mesa Redonda.

Nunca vou esquecer o contraste entre as entrevistas do documentário e as imagens manipuladas da televisão cubana. Um amigo meu sempre disse que só uma das partes fala, eu lhe respondo: justamente, vivo num país insensato. Apesar de saber que a imprensa oficial mente, quando confirmei meu instinto pela primeira vez, a delícia foi inefavel: tive a prova.

No sábado, um dia antes do Dia dos Pais, fui saudar as Damas, é a elas à quem devo minha felicitação mais intensa. Durante as vinte e quatro horas de festejos elas serão as vozes dos pais que não poderão brincar com seus filhos, e seus vestidos brancos recordarão que atrás das grades do paraíso socialista há homens justos. Pablo Pacheco não poderá brincar com seu filho Jimmy. Contudo, não estará só: numa igreja da capital um grupo de mulheres rezará para que no ano que vem possam estar juntos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os cães

Foto: Claudio Fuentes Madan


Só desmaiei uma vez na vida: caminhava pela avenida 23 e vi um carro atropelar um cachorro. O chofer e seu acompanhante se abaixaram, pegaram o animal pelas patas e o lançaram, agonizando, num latão de lixo a um metro de mim. A última imagem que ficou antes que eu caísse: o cachorro agitado, sangrando entre os resíduos enquanto meus ouvidos captavam o cantar dos pneus do moscovich (carro russo) distanciando-se a toda velocidade. Quando acordei estava na minha cama: a amiga que me acompanhava deu um geito de me colocar num táxi e deixar-me sã e salva, ainda que não desperta, na porta da minha casa.

Talvez esse instante haja marcado minha obsessão com os cães de rua: partem minha alma, me dá impotência não poder recolher todos, tremo ao vê-los cruzarem as ruas. Outro dia um amigo meu - ultra pessimista a respeito do futuro deste país - zombava da minha apreensão pelos animais; contudo este povo carrega muita indolência sobre seus ombros e os cães tem sido vítimas diretas do fenômeno da apatia nacional: sarnentos, feridos, extra fracos e sujos, fazem parte da paisagem cotidiana da minha cidade, como as árvores e os passarinhos.

O terrivel da sua situação só é superado pelos seus compatriotas do mundo animal, vizinhos no zoológico da 26: além de fracos, sujos e meio doentes, vivem em jaulas muito pequenas para seus tamanhos (o teto que os falcões e as águias tem como céu é realmente desalentador) e as vezes estão sós, dá a impressão de que estão alí só para que nos eduquemos nos fundamentos do maltrato animal.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Minha pobre cabeça


Foto: Claudio Fuentes Madan

Uma amiga me envia uma correspondência muito preocupada com a minha integridade física, da Espanha lhe chegou uma lista de setenta e quatro traidores da pátria entre os quais me encontro. Acontece que assinei uma carta, juntamente com outros representantes da sociedade civil, pedindo a flexibilização das facilidades para vender alimentos e a liberação das viagens de cidadãos americanos para Cuba.

A polêmica me fascina, aqui mesmo em Cuba tenho outra amiga blogueira que me chamou em seguida para me dizer que a porca tem que ser apertada até que não houvesse nem água para tomar, porque só assim a ditadura cairia: nem a mim ocorreu de chamá-la de "fascista", nem a ela a mim de "castrista assassina". Como é elementar terminamos nosso diálogo em total harmonia: ela me passou algumas interrogações e eu lhe apresentei outras dúvidas.

Não seria a primeira vez que na minha pequena ilha não teríamos nada para comer, já o vivemos - para nada relacionado com a política exterior dos Estados Unidos - depois da Perestroika e da Glasnost, que mandaram setenta anos de comunismo de cabeça para o inferno. Não creio que a democracia seja exportável, nem a fome uma detonadora da consciência social. Sempre me perguntei a quantas horas estivemos em 5 de agosto de 1994 de uma "Matança de Malecón" no estilo da de Tiananmen. Por acaso alguém especula que a China seja um país democrático?

Desde que tenho o uso da razão a política da guerra fria só serviu para que o Ministro das Relações Exteriores de turno repita um mantra infinito em quantos encontros de cúpula hajam pelo mundo "bloqueio, bloqueio, bloqueio", porém as contas particulares dos donos do país continuam "crescendo, crescendo, crescendo". Todavia a esquerda Européia e Latinoamericana aplaudem como se umas restrições econômicas pudessem justificar a ditadura mais longa do ocidente.

Essa é a minha opinião: pode estar errada, pode estar correta. Talvez seja ingênuo pensar que estas flexibilizações promoveriam a democratização de Cuba, contudo, o contrário acaba por ser - olhando-se friamente - igualmente naif. Agradeço a todos que tem mantido viva esta polêmica na rede sobre bases civilizadas e objetivas, especialmente Ernesto Hernández Busto, em Penúltimos Dias, me fez sentir que a Cuba harmônica e divergente não está muito longe, essa - como Reinaldo Escobar disse - onde "a discrepância política está legalizada".

Aos que pedem a minha cabeça, só uma observação: parece-me que vão ter que disputá-la com os rapazes do DSE, eles estão a solicitando antes.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A chuva de junho


Foto: Silvia C.

Depois de vários dias em desespero na ilha-sauna, o céu hoje enegreceu, os relâmpagos iluminaram as zonas mais escuras da cidade e cairam, por fim, as grandes gotas desta chuva atrasada que esperamos desde maio.

Eu, inclusive, quando menina gostava muito de "ver chover". Minha mãe me dizia que cada gota, ao cair no solo, era como uma bailarina fazendo piruetas. Talvez tenha sido essa metáfora que converteu, para mim, a chuva em algo quase místico: me limpa, me dá paz, me faz pensar naquelas coisas que o dia a dia sob o sol não me deixa perceber.

Quando julho chega tenho tanto calor que o meu cérebro "incha" como se fosse um disco rígido de um computador, e se a luz termina - ato sádico ou casualidade nefasta, a termoelétrica "Guiteras", como a cada verão, acaba de entrar em fase de manutenção, aumentando os apagões - e os ventiladores desligam, só o odor que anuncia o aguaceiro é capaz de me devolver o sossego.

sábado, 12 de junho de 2010

A Permuta

Foto: Orlando Luis Pardo Lazo

O otimismo me abandona sem que eu houvesse podido desfrutar - para meu pesar - um momento dessa sensação que tantos nomes tem, porém que somente um verbo define: crer. Mais uma vez essa outra Claudia - a cética - reprova a ingênua: te adverti que a ação era "duvidar". Quando Pablo Pacheco me chamou emocionado pelas conversações iniciadas entre a Igreja Católica e o governo cubano, disse-lhe: Não me iludo, porém me alegra que tu no cárcere e condenado a vinte anos por escrever tua opinião, não percas a fé.

Uns dias mais tarde começou um translado de prisioneiros políticos que eu decidi batizar como "A Permuta". Sempre tão incrédula! - me reprimi - dá um tempo, as vezes libertam alguém antes que o espírito de Fariñas se liberte do corpo. Quanta ingenuidade a minha e quanto cinismo o do meu governo.

Quando me inteirei - logo após o estica e encolhe típico do Ministério das Relações Exteriores - que o Sr. Manfred Nowak, Relator Especial do Conselho de Direitos Humanos sobre a Tortura, não viria a Cuba, vi com clareza; estamos na presença da Permuta, quem gostar tudo bem e quem não que apodreça na prisão. Inclusive fico paranóica e me pergunto se as duas decisões (diálogo Cardeal-General e a negativa de entrada do relator) puderam ter surgido ao mesmo tempo de uma só mente. Não se tratava, no início, de libertar os jornalistas e dissidentes doentes? Em qual momento "mudar de província" teve o stauts de "libertação"? É tortura encarcerar um homem por suas ideias? E mudá-lo de cárcere, o que é?

Eu ficaria fascinada se amanhã alguém me mostrasse as evidências do meu equívoco, que foi objeto de sermão dos meus amigos "Tu sempre tão radical!" , que os detratores de Octavo Cerco invadiram o foro com comentários do tipo: Claudia, te enganaste! Retrata-te, Raúl Castro liberou os doentes! Porém não sei porque estes translados de prisioneiros, a negativa de entrada do relator e um diálogo sem prazos nem compromissos me lembram o jogo "Colocar o rabo no burro": essa disputa onde alguém, as cegas, trata de colocar um rabo num animal pintado, guiando-se pelos gritos de um grupo que não entra em acordo sobre o lugar que a cabeça do animal ocupa no papel.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Viver sem água


Há vezes que a assim chamada, no meu país, "fatalidade geográfica" não nos atinge por poucos metros, é o meu caso: vivo em El Vedado, numa zona onde tenho água todos os dias. Apesar da sentença filosófica "o homem pensa como vive", trato de sair do meu ambiente úmido para constatar que ao meu redor outros aprendem a viver sem água.

Tenho uma amiga que faz tempo que tinha uma inodora branca, a água lhe chega a cada dois dias e a caixa d`água não é suficiente para se dar ao luxo de esvaziá-la cada vez que usar: umas asquerosas marcas amarelas lhe recordam, a cada quarenta e oito horas, que clarear a louça pode se converter num luxo. Contudo não se queixa, há outros - e ela sabe - que estão pior: Leo recebe pipa, lá em Centro Havana, uma vez pode semana. Como tem a casa declarada como "inabitável", não pode por uma caixa d`água no terraço pois corre risco de um dia ver o teto cair sobre sua cabeça. Fora da capital é pior, pode passar uma semana sem que uma gota de água saia por essa pia meio quebrada que não vale a pena consertar.

Todas essas penúrias só podem ser resolvidas - quem sonha contudo que respondam aquela carta que uma vez enviou ao Comitê Central detalhando sua penúria? - no mercado negro: pipeiros com um caminhão, mangueiras e muita água enchem, por algumas centenas de pesos, as cisternas ressecadas e diminuem a necessidade de refresco provocados pelos calores deste junho sem chuva. Como nem todos os vizinhos podem pagar a pipa ilegal, sempre há quem chame a polícia para dedurar o delito de "comprar água no mercado negro". Não há quem me convença do contrário, em espanhol isso se chama inveja e é uma das características primogênitas do homem novo: a miséria humana.

Esse veneno contra o bem estar do próximo tem, contudo, resultados estranhos: faz uns dias um amigo me contava como o haviam pegado em flagrante enchendo suas caixas d`água, pois um vizinho chamou a polícia e denunciou o pipeiro. Meu amigo ficou sem água, o vendedor pegou uma multa de mil e quinhentos pesos e o vizinho - esta é a parte absolutamente incompreensível - também ficou sem água pois o Estado já não pode agradecer cada delator com uma prebenda. Porque esse vizinho não denuncia com a mesma perseverância o desperdício de água pelos encanamentos quebrados e caixas d`água transbordantes que pululam pela cidade? Por exemplo, a cisterna da empresa elétrica ao lado do meu edifício, de tanto que vaza me faz imaginar que tenha uma fonte no fundo do apartamento. Por desgraça sei por que o faz: sua "combatividade"ante o mal feito não vai aos altos escalões oficiais por covardia, porque a cisterna do Estado tem impunidade para desperdiçar água enquanto que seu vizinho não tem direito de desfrutar de uma ducha, e isso de ferrar "o debaixo" tornou-se, desgraçadamente, um esporte nacional.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O inimigo


Foto: Claudio Fuentes Madan

Ainda recordo, embora sendo muito pequena na época, das latas de conserva e dos sabonetes que minha mãe guardava num cesto de metal russo com o objetivo de nos preparar para a intervenção militar norteamericana. Chamava-se "estado de Alerta Vermelho" se minha memória não falha, e as vezes havia ensaios sobre como se proteger, nos quais eu não participava, por sorte. Segundo meu pai teríamos que nos esconder - minha mãe e eu - nos porões dos edifícios e lá esperar que a guerra terminasse.

A imagem era aterradora, piorada porque com cinco anos eu não entendia bem a diferença entre "ensaio eterno de preparação para a defesa" e "enfrentamento armado iminente". Acreditava - acreditei de fato durante muitos anos- que um dia teria de me esconder de militares estadounidenses que tratariam de me matar com metralhadoras.

Despedi-me várias vezes com lágrimas nos olhos dos meus brinquedos e lí, aos oito anos mais ou menos, o diário de Ana Frank, para que o exemplo dessa menina valente me desse forças quando chegasse minha vez de sobreviver no escuro.

Na secundária descobri a mentira, senti-me tão irritada que nunca disse nada à ninguém. Como puderam nos aterrorizar dessa maneira por gosto? Em bom cubano há uma frase para isso: "nos cogieron pa`eso" - nos pegaram para isso, a mim e a toda minha família: ainda em pleno período especial minha mãe sofria quando tinha que abrir alguma daquelas latas soviéticas que nos salvariam da inanição sob as bombas.

O pior é que a arenga oficial não tem evoluido muito: ainda existem as estúpidas aulas de PMI (Preparação Militar Integral) no pré-univeristário, antes dos dezesseis anos os adolescentes são capazes de se arrastarem pelo chão de terra "tipo soldado das tropas especiais" até uma trincheira e disparar uma escopeta, além disso sabem de memória o que fazer quando estivermos no "Alerta Vermelho" sem pé nem cabeça. Contudo algo mudou em nós (os adultos) e também neles: minha mãe já não guarda latas (exceto para os ciclones), meus amigos não temem sair correndo com seus filhos para um porão para se protegerem das balas, o professor de PMI já não é tão exigente (sabe que nunca estaremos atrás de uma trincheira real) e os meninos pequenos nas primárias não temem um dia serem Ana Frank.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

E agora, o que falta?



Foto: Claudio Fuentes Mandan

Todos os meses fico agoniada pela ausência aleatória de produtos de primeira necessidade, pode ser azeite, champú, detergente, leite, ovos ou toalhas higiênicas. Cada vez que se aproxima o final de cada mes a pergunta me invade: o que faltará agora? Como se a minha cesta básica tivesse livre arbítrio e jogasse comigo um "estar faltando". As vezes não posso lavar, outras é agônico limpar, minha frigideira sofre no abandono ou minha caçarola de feijões se deprime sem a sua inseparável companheira de arroz.

Trato de buscar o momento em que tudo isto começou e me surpreendo ao descobrir que desde que era uma menina a economia joga escondido comigo. Ainda recordo claramente as coisas pelas quais minha mãe suspirava quando eu tinha só sete anos (comida, cigarros e sapatos para mim), aquelas outras que povoaram meus desejos de adolescente (chocolate, carne, um par de sapatos e sabão) e chego a minha idade adulta para comprovar que continuam, com seu sumiço persistente, exasperando minha intimidade.

Pergunto-me, como o resto dos cubanos, até quando uma garrafa de ácido muriático para limpar o banheiro será tão protagonista na minha vida? Será que quando tiver oitenta anos ainda evocarei com nostalgia um rolo de papel higiênico?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Um beijo ilegal

Este vídeo anda "misteriosamente" rolando por Havana. Sem mais preâmbulos mostro aqui um exemplo do uso e abuso que a Polícia Nacional Revolucionária faz das suas funções.