segunda-feira, 14 de junho de 2010

A chuva de junho


Foto: Silvia C.

Depois de vários dias em desespero na ilha-sauna, o céu hoje enegreceu, os relâmpagos iluminaram as zonas mais escuras da cidade e cairam, por fim, as grandes gotas desta chuva atrasada que esperamos desde maio.

Eu, inclusive, quando menina gostava muito de "ver chover". Minha mãe me dizia que cada gota, ao cair no solo, era como uma bailarina fazendo piruetas. Talvez tenha sido essa metáfora que converteu, para mim, a chuva em algo quase místico: me limpa, me dá paz, me faz pensar naquelas coisas que o dia a dia sob o sol não me deixa perceber.

Quando julho chega tenho tanto calor que o meu cérebro "incha" como se fosse um disco rígido de um computador, e se a luz termina - ato sádico ou casualidade nefasta, a termoelétrica "Guiteras", como a cada verão, acaba de entrar em fase de manutenção, aumentando os apagões - e os ventiladores desligam, só o odor que anuncia o aguaceiro é capaz de me devolver o sossego.

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