quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O personagem Tabo, 2009


Estão retransmitindo "Sua própria guerra" na televisão e parece que estou assistindo uma série extraterrestre, de um país onde as pessoas falam e se movem como no meu porém que não o é. Uma espécie de novela de Ray Bradbury, onde os alienígenas são idênticos a nós salvo por pequenos detalhes, porque somos nós em outro tempo e outro espaço. Talvez poderia compará-la também a um Discovery Chanel onde nos explicariam que o homem povou a terra por duas vezes, o documentário se aprofundaria na civilização daquele homo sapiens que uma vez, antes de um desastre natural X, ocupou o mundo em que nós vivemos agora, milhões de anos depois.

O pobre Tabo de hoje não estaria orgulhoso de ser infomante da polícia, chantageado pela PNR (Polícia Nacional Revolucionária) buscaria desesperadamente a maneira de subir numa balsa para sair batido do país antes que o descubrissem no bairro. Sua esposa, que quando não era malfeitor, passava fome e não podia alimentar sua filha, jamais lhe havia perguntado de onde saía o dinheiro que trazia para casa e seu humor, longe de piorar pelas novas relações de seu companheiro, havia se adoçado. Ele nunca pode dizer-lhe que era da PNR, pois o divórcio haveria sido ipso facto.

Com boa sorte e aproveitando sua posiçao privilegiada em ambos os bandos, nosso herói de 2009 talvez encontrasse o modo de tocar um "negocinho" que lhe permitisse atingir as metas* para que o deixassem avançar e o protegessem. Com o tempo acolheria em sua rede de corrupção "não registrada" a mesma quantidade de policiais quanto de delinquentes.

* Meta: Polícia

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