terça-feira, 27 de outubro de 2009

Porque uma depuração?


Foto: Claudio Fuentes Madan

Quase todos os paises têm um governo mais ou menos corrupto, porém que a cada quinquênio, aproximadamente, muda, e além disso responde por suas ações ante um poder civil. Têm serviços secretos que se ocupam em proteger os interêsses do país frente a possíveis ingerências externas, frente a corrupção entre os seus ministros e quadros, entre outras coisas complicadas e burocráticas; em nenhuma hipótese têm em sua atribuição de trabalho medir o grau de liberdade dos seus cidadãos para reprimi-los, filtrá-los de acordo com o seu perfil político, ocuparem-se do que os civis falam ou verificar se reunem-se livremente. No lugar de ocuparem-se em "negar" as saídas do país, impedir a entrada de cidadãos para eventos culturais, fustigar artistas e escritores pela sua obra, excluir do seu local de trabalho pessoas devido a sua postura ideológica, entre outras "atividades" nas quais nossos ministérios se especializam, os de países menos paranóicos desempenham funções mais louváveis, de acordo com a lei do país e com o perfil que lhe corresponda.

É por isso que considero que para que a transição em Cuba seja em direção à uma sociedade aberta e não para uma sociedade "com algumas saídas de emergência", algumas das pessoas hoje poderiam tirar umas boas férias e dedicarem-se, por exemplo, a prestação de serviços - que para isso não será tão difícil então conseguir-se uma licença.

Torna-se óbvio que esta pequena ilha faz algum tempo não é governada somente por anciãos, senão que muitos dos quadros médios e altos do PCC e a CI (orgão de inteligência) mantêm o status quo e desfrutam do poder quase no mesmo nível que os clássicos, porém de maneira mais dissimulada. É evidente que a pessoa que hoje decide que Yoani Sánchez não pode viajar, não pode continuar ocupando cargos de tomada de decisões numa Cuba plural, onde todos tenhamos os mesmos direitos apesar de nossa ideologia. Um funcionário que do seu posto sustenta com seu arbítrio a corrupção e a delinquencia, não pode pois ter a responsabilidade de autuar o vício social. Depurar não significa discriminar nem depreciar, porém se na Assembléia Nacional do Poder Popular continuam as mesmas pessoas que hoje aplaudem e levantam a mão, não creio que a mudança em Cuba tenha muito êxito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Faz 50 anos que o grande Cayman barbudo governa com mãos de ferro e estabelece o pensamento único como forma de governo, onde jovens não vez nem voz e ainda têm que ouvir os mesmos discursos anti-imperialistas que de tão datados não fazem nenhum sentido. Mas parece que agora o Hugo Chapolim Chavez resolveu repetir os mesmos erros e ainda fazer escola ao criar a democracia ditatorial (o ditador é eleito ad infinitum) na Venezuela e países ligados ao seu bestialógico movimento bolivariano. Os velhos caudilhos de sempre, repetindo seus chavões e, no caso de Cuba, castrando o direito e ir e vir de seu povo. Ítalo Gomes.