domingo, 25 de abril de 2010

Eleições dos candidatos às Assembléias Municipais do Poder Popular



Quando eu era uma menina, colocava o lenço circunspecta - o mesmo que provocava brotoejas no meu pescoço -, parava ao lado da urna e em posição de sentido saudava a bandeira. Era uma pioneira orgulhosa de cuidar da votação, de velar pelo exercício da democracia.

Pouco a pouco as coisas foram mudando: cheguei a odiar aquele lenço martirizador que não podia tirar sem perder minha honra revolucionária, duvidei de uma democracia que não admitia o abstencionismo como posição, compreendi a farsa de cuidar de uma urna que só servia para perpetuar o medo dos votantes.

Cheguei aos dezesseis anos e na primeira cédula em que desenhei uma cruz, pareceu-me o primeiro degrau da escadaria infinita da paranóia: nem sequer tive a coragem de deixá-la em branco. Até hoje - enquanto escrevo estas linhas - cheguei a anular a maioria, contudo não tive força para me ausentar das eleições.

O domingo se aproxima e decidí: será a primeira vez. Talvez possa parecer um pouco absurdo que eu tema "abster-me", por desgraça o medo tem caminhos escuros e parar em frente a presidenta do colégio eleitoral e dizer: "Não esperem por mim, não virei votar" é justamente o que nunca me atrevi a fazer.

Um comentário:

Jambalaia disse...

Normalmente eu voto em algum candidato. Não sou de anular voto ou votar em branco.

Temos pelo menos em São Paulo, opções para escolher qual candidato é mais adequado.

Foi pelo voto que o MDB suplantou a ARENA em vátios estados e foi por meio de votos que uma nova leva (talvez nem tão novos) de políticos que exigiam eleições diretas para presidente da república.

Deve ser estranho votar em alguém que não deseja mudanças e que não pode fazer nada a não ser posar para fotografias dos turistas que visitam Cuba.

Uma eleição é uma maneira civilizada de obrigar que uma mudança seja feita, sem fazer o uso de armas ou do terrorismo.

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Normalmente voy a votar por cualquier candidato. No estoy de votación para anular o votar en blanco.

Tenemos por lo menos en São Paulo, las opciones para elegir el candidato más apropiado.

Fue votar por el MDB suplantado a los estados ARENA potencia y la esperanza de que a través de una nueva casta (quizá no tan nuevo) de los políticos que exigió elecciones directas para presidente.

Debe ser extraño no votar por alguien que quiere un cambio y no puede hacer nada más que posar para las fotografías para los turistas que visitan Cuba.

Una elección es una forma civilizada de forzar un cambio se realiza, sin el uso de armas o el terrorismo.