terça-feira, 28 de julho de 2009

Bloco de fibrocimento


Foto tirada de Penúltimos Dias

(...) Não é questão de gritar Pátria ou Morte, abaixo o imperialismo (Aplausos), o bloqueio nos golpeia e a terra aí esperando por nosso suor (...)

Com a unidade monolítica de nosso povo, sua mais poderosa arma, forjada no crisol da luta sob a direção do Chefe da Revolução Fidel Castro Ruz (...)

Discurso pronunciado pelo General de Exército Raúl Castro Ruz, Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, no ato principal da comemoração do 56o aniversário do assalto aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, na praça Major General "Calixto Gárcia", Holguín, 26 de julho de 2009, "Ano do 50o aniversário do triunfo da Revolução".


Não sou boa para lembrar citações, com certeza estou certa de que na última vez que escutei Raúl Castro falar de unidade tinha a expressão "na diversidade". A que se deve esta mudança semântica tão súbita? Nuns poucos meses deixamos de ser diversos para convertermo-nos num bloco de fibrocimento?

Parece-me disparatado que o general ainda sonhe com a falácia de um povo monolítico...Será que depois de tantas décadas diante de um público de pulôveres vermelhos, de gorros verde-oliva ou de guayaberas brancas com as mãos levantadas esqueceu-se de como funciona o mundo além do auditório?

Chegar aos setenta anos com essa visão tão errada do mundo circundante é bastante deprimente. Tardou 50 anos para dar-se conta de que "Pátria ou morte" é uma expressão vazia, espero (pela sua saude mental) que não demore mais 50 para compreender que a "unidade monolítica" tambem o é.

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