domingo, 26 de julho de 2009

A última carta: Aprovar mesmo que não aprenda


Foto: Claudio Fuentes Madan

Neste ano no curso médio Cepero Bonilla 500 estudantes foram reprovados em física. A filha de uma vizinha foi uma das vítimas do "terrivel" professor "sabe tudo" de 61 anos. A garota perdeu por um ponto e a mãe foi protestar na escola, o que não esperava era encontrar com outros 500 pais na porta.

Ninguém podia entrar no centro: nem os filhos de mamãe e papai puderam entrar, disse-me enquanto tocava o ombro direito com a ponta dos dedos. Escutou, em meio a confusão, que um tenente coronel gritou que daria porrada nos cornos do professor se seu filho perdesse o ano.

Como ela é companheira da professora de inglês, horrorizada pela atitude do de física, conseguiu infiltrar-se e falar com o "responsável" pelo fracasso dos estudantes. A primeira coisa que perguntou foi porque razão não tinha dado à sua filha, tão boa em todas as outras coisas e que participa sempre das atividades políticas, o ponto que faltava pelo critério do professor. Como recebeu uma resposta negativa chateou-se porém não conseguiu nada: a menina tem que ir à recuperação junto aos seus 499 colegas e voltar a repetir o exame.

Enquanto me contava toda a história, outra vizinha mais horrorizada contudo que a professora de inglês, a aconselhava que tivesse cuidado, pois era certo que o professor "a tinha pegado pela menina"por "alguma razão".

Parece que ninguém já se dá conta neste país que quando um aluno falha num exame é porque não tem os conhecimentos necessários que lhe permitam demonstrar que alcançou os objetivos do ano escolar, e que, como é lógico, tem que voltar a estudar tudo de novo.

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