sábado, 15 de agosto de 2009

Periculosidade pré-delitiva


Foto tirada de hhh
Agora coube à Pánfilo ser pego por periculosidade dentre todos os que caem a cada dia. Estará dois anos atrás das grades por haver gritado que tinha fome diante de uma câmera, porque isso é o que o governo considera perigoso. Lembro-me bem das palavras do advogado de Gorki no dia anterior ao julgamento em julho do ano passado: para processar-te não se precisam de provas, uma declaração da PNR basta, ninguém escapa. De passagem nos contou que a causa cai como anel no dedo para a repressão que agora nem sequer têm que ater-se à burocracia legislativa para encarcerar alguém.

O juízo dava vontade de chorar, ví a chefe do setor e um dos seus subordinados mentirem. A língua da segurança do estado era a que punha as sílabas nas palavras dos dois policiais que tremiam as mãos enquanto depunham. Depois chegou Heidi, presidenta da zona dos CDR de Playa e professora do ISA de História da Arte. Com ela não havia equívoco: não disse nem uma verdade, o pior é que mentiu por convicção, e isso é, sem dúvida alguma, o mais triste que se pode ver do recinto do público.

É repulsivo imaginar a que nível de arbritariedade pode chegar este governo pelos seus meios para esmagar o cidadão e despojá-lo de tudo, até de suas próprias ideias. Se não houvesse visto com meus próprios olhos talvez nunca houvesse podido entender.

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