Ficar bem com deus e o diabo é muito dificil, ainda que não impossivel. Se alguém duvida pergunte aos rapazes do Calle 13, eles têm a fórmula. Assim, por exemplo, convidaram Aldo dos Los Aldeanos, porém ninguém deu uma credencial ao rapeiro, nem esteve tampouco no ônibus com o restante dos músicos, de modo que quando chegou ao concerto os seguranças não o deixaram passar. Com certeza, ninguém poderia dizer que os reggetoneros tenham sido cúmplices da censura, nem sequer testemunhas silenciosas da mesma. Cantar temas contra o Escritório de Interêsses dos Estados Unidos em Havana e pelos direitos de todos em Miami também funciona, se bem que menos sutilmente. Por fim, tirar fotos com as mulheres dos cinco companheiros do Ministério do Interior encarcerados nos Estados Unidos e apoiar as Damas de Branco desde Porto Rico, lhes dá o toque cínico que nossa superficialidade pode, apesar de tudo, perdoar.
Talvez "Residente"e "Visitante" acreditaram - um tico de ingenuidade para triunfar no mercado da "política musical"- que se haviam reunido com familiares de homens encarcerados por suas ideias aqui em Cuba. Deve ser muito triste para um jornalista condenado a vinte anos de privação da liberdade pelos seus escritos, escutar tão falseadas confissões.
Com certeza que todas estas reflexões não são necessárias para requebrar na hora de dançar reggaetón, esse era o objetivo do grupo na ilha, e foi atingido.
domingo, 28 de março de 2010
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