Imagen: Garrincha
Agosto é um mes especialmente dificil, além de todas as pequenas coisas com que se tem que lidar o ano inteiro - o noticiário da televisão, conseguir papel higiênico, coisas íntimas, um blister de meprobamato, a dose diária de multivitaminas, etc - há que se suportar os 36 graus de calor e o catarro.
Porém as vezes nesses momentos de tédio violento algo ilumina a tela da televisão. estou sentada no computador e logo reconheço a voz delirante e conhecida que já quase nunca tenho o prazer de escutar. Apesar de estar super acostumada posso sentir que aquilo que me faz chorar de rir não pode ser eliminado: a incoerência.
Em tres minutos o Comandante fala do aquecimento global, em seguida menciona um submarino e por alguma estranha conexão mental retoma sua última reflexão: "O Império e os robots" (uma homenagem à Isaac Asimov), para depois concluir que a república martiniana e a bolivariana tem estado sempre sob opressão, e que isto pode ser demonstrado matemáticamente (neste ponto Ciro exclamou: Que disse?!).
Segundo a apresentador do curto resumo, Fidel Castro falou durante tres horas ante um pequeno auditório de estudantes. A única coisa que não consigo entender é como ninguém em algum momento começou a rir a gargalhadas, talvez seja por essa razão que nestas alturas a audiência esteja bem reduzida, a não ser que alguém não aguente e mareje os olhos d`água, fique com o rosto vermelho e tenha que sair dando cambalhotas (se houver tempo).
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