Foto: Claudio Fuentes Madan
Do exterior perguntam como nós cubanos vemos "as mudanças" que foram feitas pelo governo de Raúl Castro. Eu quis ilustrar estas mudanças com duas conversas ao acaso, uma em que eu participei e outra que me relataram para que pudesse ser postada.
Sobre os hotéis:
Falando com um rapaz que trabalha num hotel de Habaguanex, contou-me que a coisa está muito ruim, que quase não se pode fazer nada ilegal e como consequência ninguem está ganhando dinheiro. Inclusive me relatou a história de um estrangeiro que colaborou com a polícia para denunciar os que vendiam rum e tabaco dentro do hotel (há quem carrega a delação no interior, mais além da nacionalidade e da cultura).
Porém o melhor foi quando comentou sobre os cubanos nos hotéis, aqui suas palavras mais ou menos:
-Olha, garota, normalmente a direção do hotel não quer cubanos, tem ordens neste sentido, assim é que geralmente lhes dizem que não há vagas, essas coisas. Porém apesar disso, no caso de aceitarem um, a recepção do hotel tem que informar à segurança do estado que há um cubano hospedado. Na terceira vez que essa pessoa fique em hotéis no prazo de um ano, a segurança o chama ou vai à sua casa para interrogá-lo: onde arranja o dinheiro, por que fica em hotéis, essas coisas. Tremenda mudança: não é?
Sobre as mudanças no governo:
(Diálogo entre um amigo e seu vizinho)
Meu amigo: Não percebes quão opressivo é que destituam um ministro e um chanceler e não deem a menor explicação acerca dos motivos pelos quais foram destituídos?
O vizinho: Não. Porém te enganas, isso fazem pelo bem deles, é para ajudá-los...se dizem os motivos da falha eles teriam que mandá-los para o cárcere. Por exemplo, na fábrica onde trabalho me pegaram roubando, mas meus chefes deram uma chance, eles não me denunciaram. Eles só te castigam, e se é muito grave te despedem.
O vizinho: E o que te fizeram?
Meu amigo: Me despediram.
Meu amigo: E então, agora o que fazes?
O vizinho: Trabalho em outra fábrica.
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