sábado, 11 de julho de 2009

Concerto interativo de Pedro Luís Ferrer

A verdade é não tinhamos vontade de ir ao concerto de Pedro Luís Ferrer. Ciro estava ensaiando e eu suava pacas na frente do computador (literalmente) tratando de decifrar um código errado no html da versão off line dos blogs. Lá fora era um puro fogo de verão.

Nisso recebi a chamda de Yoani, não a deixaram entrar no concerto com um mini comício de repúdio incluído. Digo mini porque já não conseguem convocar essas milhares de pessoas dispostas a gritar paredón, porque câmeras e microfones substituem a apreensão que antes centenas de pessoas conseguiam, querendo arrastar-te pelo chão, o que acontece é que Yoani e Reinaldo se dão bem com as câmeras. No meu caso fazia tempo que não brincava de gato e rato com a segurança do estado.

De novo quem mais me dá pena são os artistas e os intelectuais: nem percebem que a segurança toma seus espaços, não têem voz nem voto em suas atividades, não podem, sequer, escolher seus convidados nem interagir com seu público. Depois que não deixaram Yoani entrar, ninguém mais pode entrar, a idade média dos que escutaram nesta tarde o concerto de Pedro foi de 60 anos, enquanto que detrás das barras da cerca do museu de Artes Decorativas os jovens olhávamos com decepção as cadeiras vazias e sonhávamos aplaudir os temas e cantar em coro os estribilhos. Lamentavelmente a audiência que assistiu, em grupos de ônibus (isso pudemos comprovar depois) não tinha a menor disposição musical.

Não obstante me diverti muito: tirei fotos dos seguranças, vi a solidariedade de alguns que ontem havia visto repudiar, passei a tarde com gente da minha idade e comprovei que a segurança de estado não gosta da trova. Como já havíamos saído de casa e queriamos celebrar o aniversário de Macho, fomos para a G. Ciro tocou guitarra até uma da manhã ( El Comandante e Alpídio Alonso, como sempre, entre os hits mais pedidos), conheci um blogueiro e por fim decidimos que nestas férias não vamos perder nenhuma (de todas as maneiras eles tem que ganhar o salário trabalhando, não?).

2 comentários:

José Roberto Pinto de Góes disse...

Tornei-me seu leitor, Cláudia. Um beijo.

Anônimo disse...

Pra muita gente, aqui fora de Cuba, o país de vcs serviu como exemplo de revolução, de luta contra o capitalismo e o imperialismo norte americano. Hoje lendo os blogs de vcs vejo como o sonho acabou. è uma pena que o ser humano não consiga viver de forma justa e equilibrada. Sobre o post, digo que aqui não há seguranças para escolher quem entra e quem não entra, mas temos o preço, o dinheiro. É preciso pagar para ver quase tudo, cinema, teatro, música, e os valores não são tão baratos. Quem ganha o salário mínimo mal consegue morar e comer, em situações bem parecidas com as de vcs aí, ao menos podemos pensar e falar o que queremos. Abraço e força pra vcs. danielsenna@pop.com.br