Foto: Claudio Fuentes Madan
O tema Cuba cria farpas entre nós, discussões acaloradas em que alguém não sabe nem o que disse nem o que lhe responderam. Nestes dias tive uma histórica em que um grande amigo meu terminou gritando para mim: Comunista! O que provocou, como é lógico, o riso dos presentes e um pouco de tristeza em mim, pelo absurdo da situação. Não lembro o tema da disputa, talvez estivesse relacionado com o embargo econômico, porém não estou certa. No final nós dois estávamos de acordo quanto a maioria dos pontos e por algum mistério não conseguíamos compreender.
Assim anda a gente por aqui - e incluo-me na lista - emoções a flor da pele, dor incontrolável e racionalidade zero. Numa discussão entre associados é divertido, porém quando olhas por uma janela te dás conta de que o nível da confusão chega ao céu.
A desinformação e o abuso de temas políticos polarizados na imprensa e na televisão reverteram-se em separação nas relações pessoais: pais que não falam com os filhos, "a política" como tema tabu numa mesa de família e o descontentamento disfarçado de normalidade.
Temos um governo tão paternal que para controlar nossos movimentos e nossa liberdade de expressão chegou inclusive a penetrar em nosso sentimentos, a dispor nosso diálogos, a usar a confusão cidadã como arma, com o único objetivo de sustentar seu poder.
Um comentário:
Infelizmente, esse paternalismo não fica restrito à Ilha de Fidel, aquele que literalmente castra a liberdade de seu povo. Isso é quase um hábito entre os políticos caudilhistas da América Latrina, digo Latina, Central y Caribe, onde os governantes de plantão querem pensar e sentir o que o povo necessita, daí a quererem se perpetuar no poder. ítalo Gomes
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