sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

El Ciro em Santiago

Texto tirado da Saga: El Ciro versus A Segurança do Estado
Quadrinhos: Silvia C.

Cheguei em Santiago de Cuba numa fria manhã de dezembro pronto para humilhar uns oficiais do Ministério do Interior, porém para minha surpresa não havia nenhum batalhão me esperando no aeroporto. Peguei um táxi e dirigi-me à cidade.

Haviam milhares de motos porém nem uma só Suzuki. Sobre as cercas, cartazes luminosos: Partido Liberal, Partido Social-Democrata de Cuba, Partido Democrata-Cristão e um cartaz dizia Aliança Comunista para Sobreviver. E para completar, no parque Céspedes, Oswaldo Payá estava fazendo um discurso.

-Mas o que está acontecendo aqui, onde está a G2? - perguntei.-Emigraram para Havana porque não lhes davam nem carros nem motos - respondeu um gordinho que se revelou ser Expósito, o Secretário Geral do PCC em Santiago de Cuba.-E quantos ficaram?-Ficaram em torno de quinze, estão entrincheirados em seu quartel de Versalles, que agora se chama Aliança Comunista para Sobreviver. Atiram em todos os que entram, inclusive me botaram para fora acusando-me de ser capitalista porque abri alguns comércios onde se vendia queijo e manteiga. Porém quem iria saber que o queijo e a manteiga eram dissidentes para esta gente? - Disse caindo no choro.

Ativei minha bolha anti-projéteis e dirigi-me à Versalles (sede da Aliança Comunista para Sobreviver). Entrando pela porta recebí rajadas de fogo rasantes e cruzadas de canhões que resvalaram na superfície da bolha. No final veio um coronel com uma bandeirinha branca.

-O que queres? Vá-se daqui, isto é uma zona militar.
-Mas o que dizes? Se acabo de ver que no polígono de infantaria montaram uma favela. Além disso aqui não há nem luz elétrica.
-Ha, esses são os da Moradia do Sonho Dividido, foram tirados de suas casas por uns tipos que haviam sido desalojados antes - disse o coronel.
-Bem, já...! E agora quem eu humilho se já estão completamente humilhados? Que seja, há que se reanimar isto..
.-Isto não se pode reanimar - interrompeu o oficial - ; não há recursos, o pessoal de Havana fica com tudo e não mandam nada para cá. Conclusão, ninguém quer trabalhar na Segurança do Estado hoje em dia.

O certo é que a quantidade de carros e motos da segurança que existe na Cidade de Havana está afetando seriamente a camada de ozônio.

-Penso em algo... e se buscam outra forma de financiamento? Digamos...não sei...ha!, sim, a CIA! Sim, a CIA, Lagarde disse que eles financiam qualquer coisa e como vocês, no final das contas, são do mesmo grêmio talvez possam pegar algo.

O coronel vacilou um instante, o olhar cansado em seus olhos espiões estava perdido na imensidão e sua boca aberta deixava entrever sua língua delatora, então ergueu-se e disse:

-E poderei ter um Geely chines desses que os oficiais de Havana dirigem?-Certamente que sim, rapaz, a China é o primeiro sócio comercial dos Yumas (americanos).-Pois que se foda, vamos pedir financiamento à CIA - gritou o coronel.

Perfeito, agora eu podia regressar à Havana e voltar num par de meses para humilhá-los. Com sorte me esperariam no aeroporto com, ao menos, um pequeno batalhão. Antes de ir-me acrescentei:

-Podem talvez reincorporar o Expósito, o que achas?O coronel se aborreceu.-Não, esse louco não deixo entrar aqui de novo. Estava roubando a manteiga e o queijo do quartel para vender aos santiagueiros.







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