Inteiro-me pelo órgão oficial do Partido que nossa estrela já não vive na bandeira. Já deram explicações, porém eu fico com a mensagem simbólica. Acredito que as palavras sobram.
Referência a uma versão da canção "Epitáfio para Vladimir Visotski" de Jacek Karsmarski (cantor e compositor dissidente polones) que inclui: Ciro Díaz em seu último disco da Babosa Azul e que ouvi compulsivamente dois meses pelo menos, sobretudo na rua com o mp3 herdado de uma amiga que agora tem um Ipod Para baixar o tema aqui Para baixar o disco e as capas aqui A canção fala (generalizando um pouco porque dura dez minutos mais ou menos) de um artista que, desesperado, atravessa os círculos do inferno em busca de uma resposta ou da morte, e que no final do caminho só encontra a solidão e o peso do poder supremo sobre sua pessoa. Assim me encontro, as vezes eu, tomando ônibus e atravessando Havana as 12 do dia em agosto, debaixo de um sol constante e com a angustiosa sensação de não ir a parte alguma, ou chegar demasiado tarde, ou ir por gosto...outras sinto que chegou Octavo Cerco (é o último da canção) onde já não há nada, e me sinto inútil e vazia, e olho a gente sem fé que caminha pela rua, que tem tanto medo que já não sabe que tem medo, que já viu tanta mesa redonda e tanto noticiário que já não sabe o que pertence a realidade ou à tela do cinema, que não sabe discernir, que já não crê, porem tampouco descrê e que se move ao meu lado e tampouco vai à nenhuma parte.
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