quarta-feira, 29 de abril de 2009

A decisão de Claudia


Ilustração: El Guamá

Todos os dias me levanto com uma nova decisão definitiva que geralmente é antagônica a anterior: vou bater a caçarola vs não vou bater a caçarola. Hoje por exemplo decidi que vou bater, não sei se conseguirei persistir até o dia primeiro ou se simplesmente naquela de num sim e noutro não, sendo o sim na sexta-feira e talvez batendo.

Persistindo o Sim entro em outras dissertações mais profundas: baterei a caçarola na minha casa? Vou com umas canecas para o Malecón? Uma caçarola é uma arma branca? É possivel armar uma rumbinha? Lía me disse que se formos para o Malecón e fizermos rumba, talvez seja a melhor opção.

Poderia bater todos os dias uma caçarola por Cuba, pela permissão de saída, pelos presos, pelo sistema e por nada, só para que soe bem metálico que EU NÃO: qualquer e nenhuma razão me parecem boas.

Baterei a caçarola a propósito por todos meus amigos que a quiseram bater e não vão se atrever, a baterei por Yoani e por Edgar, por mim e pelos meus vizinhos. Enquanto soar desejarei em segredo que a próxima convocação diga algo assim como "Apagar a luz", creio que posso convencer até minha mãe a apagar a luz...não consegui convencer ninguem a bater a caçarola. Darei duro para que faça eco e lamentarei certamente não conseguir ouvir aquela que em algum ponto da minha cidade, tambem soa.

Ainda que talvez esteja me equivocando.




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