sábado, 1 de maio de 2010

Meu último primeiro de maio...na Praça.



Imagem: Garrincha

Era 31 de abril, eu tinha dezessete anos e andava alegremente com uma amiga. Ela estudava medicina e era obrigada a marchar. Insistiu para que eu a acompanhasse e não consegui resistir: cedí.

Pelas tres da manhã chegamos ao ponto onde se encontraria com o resto da sua faculdade. Por azar os estudantes de Girón pertenciam - junto com os infelizes da Lenin - ao que de brincadeira chamávamos "os batalhões da infantaria ", ou seja, os primeiros a desfilar.

Ainda não amanhecia quando chegamos na Praça, fazia muitos anos que eu não ia às marchas e estava bem desatualizada. O primeiro shock foi um homem com um pulôver vermelho, saído do nada, que gritava para cada estudante:

-Ponha isso! Enquanto estendia um pulôver vermelho idêntico ao seu.

Não quis vestir e então aconteceu o inacreditável: dois desconhecidos se separaram do mar vermelho, levantaram-me pelos ombros e me depositaram na periferia da massa, antes de me soltarem definitivamente esclareceram:

-Se não queres usar não podes estar aqui.

Diferente entre os iguais, sem cor entre os vermelhos, só na multidão e jovem, comecei a choramingar. Assim cheguei na minha casa. Curiosamente escreví todo o acontecido na 4-86 que tinha naquela época, agora penso que talvez este poderia ter sido meu primeiro post.

Um comentário:

Jambalaia disse...

Também o meu primeiro micro da linha PC foi um 486-DX4.

Foi com ele que realizei as minhas primeiras postagens.

Em uma sociedade onde todos devem parecerem iguais e todos devem seguir uma mesma ideologia, uma mesma orientação, parece a nós algo estranho nos dias de hoje.

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También mi primera línea Micro PC fue una 486-DX4.

Fue de él que hice mis primeros posts.

En una sociedad donde cada uno debe mirar el mismo y todo el mundo debe seguir la misma ideología, la misma orientación, parece un tanto extraño para nosotros hoy.

Nunca me imaginé que en Cuba ocorrecem estos hechos. Todo parecía muy natural.

Não imaginava que em Cuba ocorrecem estes fatos. Tudo parecia ser muito natural.