quarta-feira, 6 de maio de 2009

Não digas nada




Escutei pela primeira vez esta canção numa festa. Parece que não cabe semelhante tristeza entre o rum e a dança porém sim, quando ouvimos "Não digas nada" obedecemos no momento: talvez seja o costume, talvez não.

Assim me diziam na escola primária quando não queria ir ao Museu Revolucionário, assim me disseram na secundária quando me tiraram o direito de continuar meus estudos de arte, na bolsa de estudos quando não podia me adaptar e andava histérica gritando pelos corredores, no técnico medio quando me baixaram de nivel por pouca participação política...assim me dizem na universidade quando faço as provas de história e filosofia.

Assim disse minha família quando não entendi porquê tinha que fazer guarda, porquê tinha que pertencer ao CDR, isso mesmo com a companheira que estava comigo quando nos prenderam por receber garrafa de noite, minha mãe quando eu não queria afirmar que o caráter socialista da revolução era imortal (ou algo do estilo) no ano de 2003, meu chefe quando expliquei-lhe que não tinha que ir à marcha, a do sindicato quando me neguei pagar, minha prima no caso Gorki, minha melhor amiga quando soube que tinha um blog: Não digas nada, Claudia.

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