quarta-feira, 20 de maio de 2009

Por 3 CUC



Foto: Claudio Fuentes Madan

Maité trabalha na Oficina del Historiador, em Havana Velha. É vigilante de um museu, trabalha de segunda à sexta das oito da manhã até às seis da tarde e nos sábados até uma. Ganha aproximadamente 350 pesos mensais e se não falta, não comete nenhuma indisciplina, não chega tarde e não adoece, recebe junto ao seu salário 10 CUC de estímulo.

A entrada no museu é gratuita, ainda que haja uma pequena urna onde os estrangeiros que se sintam solidários com o trabalho de restauração que é realizado por Eusebio Leal possam deixar sua doação. Todas as semanas uma equipe de coletores passa pelos museus e pega o dinheiro, que é entregue às instâncias superiores.

Porém Maité não consegue viver com seu salário, as vezes quando turistas mais observadores entram no museu, dão-lhe dinheiro e ela soluciona um pouco seu dia a dia. Sabe que se arrisca, se os diretores do museu a veem guardando dinheiro entregue por turistas, ainda que seja dado à ela, sofrerá uma sanção ou será chutada do centro (dentro do regulamento está claramente estabelecido que não se pode aceitar NADA dos visitantes).

Um dia teve má sorte, do andar de cima a diretora viu os 3 CUC que a entregavam e o nefasto destino que Maité lhes deu: direto para o seu bolso.

Não a chutaram (a diretora foi bondosa): levaram sua "causa" ao pessoal, fizeram uma reunião com todos os trabalhadores e o sindicato para chamar-lhe a atenção públicamente, tiraram sua insígnia por quatro meses e a mandaram trabalhar em outro museu como auxiliar de limpeza.

Nenhum comentário: